"Nem a morte..."
Matem-me o corpo! Mutilando cada fragmento do meu peito. Arrastem a minha carne, em negros presságios, Em becos escuros, em que me dissipo. (Em que... me perco.) Tentem desaparecer com tudo aquilo que sou. Com os sonhos que sonho, com o sentimentos que sinto. Roubem-me a vida, deturpem a minha visão, Levando-me à cegueira. Conduzindo-me... à loucura. Arremessem com as minhas palavras, para longe de mim. Tornando-me num ser débil, num coração moribundo, Entregue ao padecer de um mundo, que se esquecerá... de mim. Cortem-me os laços, as correntes que me seguram. Deixem-me naufragar em alto mar. Ser engolido... pelas tormentas. Jamais sucumbirei às forças que me empurram. As feridas que não se curam. (Deixando a minha pele... coberta de escaras. De desejos vãos.) Por mais que me matem... Permanecerei agarrado a tudo o que sou. A tudo o... que me roubam. Porque sei que posso morrer com a minha carne... entregue às balas. Mas nunca será a ...