Um tanto...
Vorazmente a roupa era espalhada
pelo chão, o desejo entrara pelo corpo daqueles
dois amantes, naquela casa com cheiro a mar e areia sob o soalho. Ouvia-se ao
longe o barulho das gaivotas em tempo de agitação e, naquele quarto, entre quatro
paredes, o desejo era saciado em beijos roubados e suaves mordidas
sussurrantes. Pedia-se mais, mais de um tempo vivo, escorrido por entre os
dedos que se entrelaçavam em espasmos de prazer de um querer tão simples. Olhando nos olhos um do outro,
tocando na pele bronzeada e com sabor a sal, falavam em gestos mudos de uma
cumplicidade perceptível no desejo
daqueles dois seres. Passados e presentes, nada contava, nada era contemplado,
o tempo não existia e os
minutos eram músicas silenciosas
irrompidas pelos batimentos acelerados de uma partilha apenas sua. Gritos súbitos, pele moldada pelos dedos que
seguravam firmemente um outro corpo, que o juntava a si, que os unia apenas num
acto tão natural como o sentimento nutrido pelos
dois. O vinho acompanhava aquela noite, o sabor era intenso e deslizava pela
garganta, misturando-se a um travo doce de morangos e chocolate que serviam de
calmante a um fugaz momento de intenso viver. Foi então que as luzes se apagaram, que o quarto
ficou apenas iluminado pela luz da lua que incidia sobre a janela do quarto,
eles, em silêncio, fizeram as suas promessas de amor, confessaram sonhos tão seus e, fechando os olhos, deixaram-se
ir pela corrente fresca que vinha da rua. Sentiram amor, naquela noite fizeram
amor num bailado de riscos cometidos, de medos perdidos, de sentimentos
proferidos, de uma agitação tão real que dá significado a um amor tão intenso, a um amor tão carnal…
Tanto se perde, tanto fica, ela sorrindo, ainda com a
camisa dele vestida, ali ficou, adiou o tempo, ficou para cá do Tejo, despediu-se dele com um
beijo...
É impossível ler os seus textos e não nos sentirmos dentro deles. É extraordinário. Os meus sinceros parabéns!
ResponderEliminarÉ muito bom saber isso, muito obrigada! Voltarei também com toda a certeza :)
ResponderEliminarExcelente texto :)
ResponderEliminarObrigado Gil,
EliminarSe tiveres algum blog deixa por aqui o link para eu fazer uma visita.
Abraço
Adorei! :)
ResponderEliminar
ResponderEliminarÉ nestes momentos menos bons que temos uma certeza inabalável de que sim, vale a pena. Se nos resgata a humanidade, a parte de nós que sente, que ama, que quer ser melhor, então vale a pena. Se nos faz levantar e redescobrir de novo as cores com que podemos colorir a nossa vida então vale a pena. Se estamos dispostos a cuidar e a retribuir o que nos dão, sempre. Então vale a pena :)
Amar vale muito a pena, ainda que tantas vezes caia no erro de pensar que não :)
ahh e eu acredito mesmo na completude. É possível ser-se feliz e completo.
Como um dia me disseram : "um é nada, dois são tudo"
bjinho
Hope so, hope so :)
ResponderEliminarEu disse que me ia esforçar e vou mesmo! Aliás já me ando a esforçar.. mas é diferente eu sei :)
Ty pelo apoio. bj
Excelente!! Escreves sempre com sentimento, com alma, escreves o que sentes, não o achas que devas ou não escrver, para parecer bem ou mal. Escreves o que te vai no coração. Admiro a todas as tuas descrições, promenores, cria o texto mágico e belo. Sou franca, é um vicio vir aqui, ver o que escreves te, é sempre uma novidade, uma supresa. Escreves muito bem, como já te tinha dito, espero que assim o continuas. Um beijinho de boa noite
ResponderEliminarLindo texto de Amor.. Aonde no transpirar da paixao, o desejo a paixao se fundem em uma linda sinfonia !! Bjim
ResponderEliminarFiquei sem folêgo.
ResponderEliminarEmpolgante.
beijo