Contornus...
Os contornos eram pintados nas
cores encarnadas de uma paixão sentida, inspirada nas partículas finas que
percorriam o corpo, que faziam tremer. A procura tivera desaparecido, o destino
formava-se sobre aquela tela, no meio de tantos riscos e risos, no meio do
desconhecido, daquele que fazia querer ainda mais. Acendi um cigarro e, ficando
a olhar toda aquele mistura de sensações, assisti a uma história bem em frente
ao meu olhar, à descrição do teu ser, traço a traço, na insensatez de um
amante, na harmonia de um decorador, no acreditar de uma criança. As horas
passavam e tudo parecia não estar completo, eram cores cobrindo outras, eram
espelhos de traços que marcam a memória, de particularidades que cativam o
coração. Por mais que pintasse ficava sempre um tanto por acrescentar e, num súbito pensar
de amor sentido, vi que seria eternamente uma obra incompleta. Tudo isto é como quando se
escreve sobre nós, quando se canta sobre dois amantes, quando se narra uma
história vivida sem receios, as melhores coisas nunca poderão ser ditas,
pintadas, cantadas na totalidade, fica a faltar algo, fica sempre a
faltar o essencial, aquilo que não se explica, aquilo que apenas se sente. Foi então
que sorri para mim mesmo, que limpei as mãos sujas de tinta e “te pendurei” no
salão da minha casa, mesmo em frente ao piano, àquele em que tantas noites
dedilho, fazendo serenatas ao teu ser...
duas pessoas podem ser uma sombra tão bonita :)
ResponderEliminarHá uma frase que trago sempre na minha cabeça "Porque nenhuma história acaba enquanto os protagonistas vivem…”. Não me recordo do autor mas vale para muitas situações da nossa vida... Um beijinho.
ResponderEliminarAdoro a foto =)
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