Entende(-me)...

Olá pessoal, hoje tirem um tempo. Hoje o post é um pouco maior, é uma história, uma história que nos faz sonhar, que nos faz querer, que nos faz encontrar em nós mesmos. Espero que gostem. Liguem a música e deixem-se ir. Beijos e Abraços, Sejam felizes.


Percorrera uma série de quilómetros até ali chegar, cansado sentou-se, ficou a admirar aquele rio, um rio que, durante anos, era pano de fundo das histórias que tivera desenhado no seu imaginário. Em pequenos pormenores avistou um barco, um barco tão semelhante a outro que um dia rabiscou numa folha de papel. Com isso, com aquela insignificante coincidência, sorrio e o seu olhar abrilhantou-se ainda mais do que já estava. Chegava a hora, a hora dele procurar o seu amor, naquela cidade, no meio de tanta gente, de uma ausência tão grande do que ele considerava verdadeiro. Em passos firmes atravessou avenidas, percorreu travessas e admirou a beleza de uma cidade em constante movimento. O seu olhar perdia-se nas paisagens mas o seu coração dirigia-o, arrastava aquele corpo na direcção de um olhar almejado há tanto tempo. Pelas ruas deixava um pouco dele mesmo, deixava mais um pouco de vontade, um desejo que crescera de forma tão natural e que, hoje, ocupa um lugar de destaque em toda a sua história. São guiões perdidos, uma vida repleta de surpresas em que de criança se fez homem, em que já homem arrisca um pouco mais a cada dia que passa. Num ápice, observa ao longe a rapariga, aquela mulher com rosto de criança, aquela mulher detentora de um poder sobrenatural que lhe tivera agarrado a alma, que lhe tivera feito acreditar que o destino é resultado dos caminhos percorridos e das batalhas travadas. Ainda tremulo, decidiu avançar, largar medos, enfrentar espectros e mostrar-lhe todo um sentimento que o compunha, que o fizera chegar até ela, chegar até àquele refúgio. Foram horas de viagens, dias e noites pensativas e insónias constantes. Foram sorrisos compostos, melodias confessantes ou até mesmo palavras endereçadas sem respostas aparentes. O amor é mesmo assim, flecha que nos trespassa o corpo, que se crava ao peito em forma de um querer imenso, um querer que não encontra respostas e muito menos significados. O amor invade-nos, entra pela porta entreaberta e permanece em nós, permanece numa história em constante mutação ou até mesmo num recordar eterno que nos faz acreditar em nós, que nos faz acreditar num “nós”. Assim foi, ele correu, o coração parecia disparar e, em silêncio, entregou-lhe uma flor, apenas uma, uma que detinha nela toda a veracidade de um sentimento crescente. Entendendo, ela olhou fixamente para ele, sorrio e abraçou-o num abraço forte envolvendo aqueles dois corpos num mundo alienado ao que os circundava. Querendo falar, ele, permaneceu em silêncio e ela, apenas lhe disse ao ouvido;  “Esperava por ti, esperei tanto por ti, desde o momento em que vi no teu ser um homem diferente, em que vi no teu olhar a realidade de um significado, do mesmo significado tão próprio que atribuo ao amor.” – Naquele momento tudo tomou um rumo, tudo se revelou e, num beijo há tanto adiado, juntaram as almas, entrelaçaram as mãos e seguiram unidos rumo a uma esplanada em frente ao Tejo. Foi naquele dia, é nesta verdade que ambos agora sem deitam, que ambos se revelam, se confessam, se encontram. Por maiores que sejam as distâncias, nada é impedimentos para o viver de um amor, por maiores que sejam as diferenças a verdade colmata a ausência, por maior que seja a barreira o amor quebra tudo, une para sempre, tatua corpos, revela destinos. Tudo tem um tempo, tudo tem um momento, o momento deles foi agora, neste preciso instante, no instante em que ambos deram de si, em que juntos são um só, em que esse só perdura num viver escrito em duas vontades, num puro sentimento, apenas...



Comentários

  1. "o amor é mesmo assim (...)", tu és mesmo assim :)

    ResponderEliminar
  2. :)
    "...aquela mulher com rosto de criança, aquela mulher detentora de um poder sobrenatural que lhe tivera agarrado a alma, que lhe tivera feito acreditar que o destino é resultado dos caminhos percorridos e das batalhas travadas..."
    Bonito, muito bonito :)
    Bjnhs

    ResponderEliminar
  3. Lindo, lindo, lindo!
    Adorei! Está magnifico. Não encontro palavras para descrever aquilo que senti ao ler este texto.
    Fez-me sonhar, fez-me acreditar, fez-me querer viver algo assim tão belo e bonito.
    Adorei o texto e a música.
    Está lindo! (e já me estou a repetir lol)

    ResponderEliminar
  4. lindo como sempre :)
    e sim o amor vence distancias, sempre na esperanca de um reencontro em que nao sao precisas mais palavras, apensar um olhar :)

    ResponderEliminar

  5. Olá André,

    Bem, isto hoje é um senhor texto, não pelo tamanho mas pela complexidade e envolvencia da História. Achei muito interessante a historia, uma pessoa perdida que estando perdida se encontrou, no seu guai perdido mas que foi redigido e reescrito com as pulsasoes do coração, como sempre os sentimentos e emoçoes estão à flor da pele e em plena sintonia com o Amor. Muito bom, como sempre

    Forte Abraço

    ResponderEliminar
  6. Que história linda :')

    é um privilégio sem igual encontrar alguém na vida que nos faça querer um "para sempre" e, acima de tudo, acreditar q isso é possível :)

    ResponderEliminar
  7. O amor tudo pode, eu acredito nisso :)

    Lindo o teu textinho :)

    Um beijinho*

    ResponderEliminar
  8. Fantástica história de amor, é sempre bom passar por aqui. Abraço

    ResponderEliminar
  9. achas possivel duas pessoas se apaixonarem dez dias depois de se conhecerem? :/

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Boa tarde,

      Possível, possível não acho, penso que primeiro tudo não passa de uma atracção ou até mesmo de uma identificação entre pessoas.
      Primeiramente, e na minha forma de ver a paixão é algo que vem depois, mas que antecede ao amor, aquele amor que tantos dizem sentir.
      Então, o que te quero dizer é que essa vontade, esse querer deve ser explorado, partilhado, sentido. Nunca se sabe o que a vida nos reserva por isso, mais vale tentar do que nada fazer.
      A paixão vem quando as pessoas sabem e conhecem-se minimamente, o amor, por sua vez, aparece depois quando as pessoas se vêem e se sentem mesmo de olhos fechados. :)

      Eliminar
  10. Está tudo bem, obrigada :)
    Pois, esse é um grande problema. Mas em breve poderei vir cá mais vezes.

    ResponderEliminar
  11. Nossa, que saudades que tinha de ler como tu escrever o amor...é encantador, aqui, nas tuas palavras, nas tuas história tudo parece tão mais fácil, tudo parece isso mesmo: amor! :)

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Se eu pudesse... trazia-te de novo à vida...

"Preciso de ti... de nós..."

"Voltar a acreditar... no amor."