O tua presença em mim...
Admirava-te
ao longe, corrias por entre as árvores de cor castanha em que o escarlate do Outono
desenhava o teu corpo numa sinfonia alegre. Por momentos não me aproximei,
sentia-te junta a mim, mesmo naquele silêncio quebrado pelas doces palavras que
ias largando ao vento. Estavas vestida com uma saia de linho e uma blusa da tua
cor favorita, daquela mesma que tantas vezes me mandavas em papel de cartas que
guardo até hoje. Sorrias de uma forma tão natural e eu, ali sentado, contemplava
a vida debaixo do alpendre da nossa casa de madeira construída com vista para o
mar. Os meus passos eram firmes, firmes como as rochas em que nos deitávamos para
apreciarmos mais um pôr-do-sol.
Olhavas a vida de outra forma, de uma forma
livre e selvagem que eu tanto admirava, olhas para além do que é visível e, com
isto, eu desnudo a tua alma pedindo sempre mais, um mais que te dou neste
passar de horas que para nós são simples segundos. A minha certeza é querer-te,
querer-te como estas letras escritas em palavras eruditas e outras rabiscadas
neste cadernos envelhecido repleto de folhas amareladas.
Pousando
o copo de whisky aceno para ti, tu envolves-te num lençol que estava estendido
e, naquela tua forma simples de ser, roubas-me um beijo e corres pelo jardim
que fica nas traseiras daquele nosso refúgio. Ouvia-te o coração, sentia o meu coração
então, foi nesse instante, que pudera ver que eras parte integrante de mim,
complementaridade de um tanto que eu um dia pedira. O futuro era esquecido, do
que vale pensar no amanhã quando estamos tão bem a viver o hoje? Foi então que
a noite chegou e, numa casa com velas acesas e o cheiro de uma noite fresca de
maresia, que eu me declarei, que eu te disse em voz baixa que:
O
mundo pode girar, agarrar, fazer perder, fazer ganhar. Os oceanos podem ser
velozes tempestades, inseguros ou cobardes ou então fazer-nos afastar. Pedem os
tempos passar, fazer-nos envelhecer, esquecer ou apaziguar mas, o amor por ti
não morre, renasce a cada dia, a cada manhã, em cada lugar. Por mais longe que
estejas, por mais perto que eu te almeje, tu vives em mim, não num sopro de ar,
mas em todo aquele que eu preciso para viver.
Foi
nesse momento que te vi olhar, os teus olhos ficaram brilhantes e ali ficamos,
juntos, como um puzzle completo a dois, como duas crianças sonhadoras em corpos
de adultos lutadores…
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Maravilhoso e mais nada consigo dizer devido a falta de palavras com que me deixas.
ResponderEliminarBeijinhos!
wow que texto!! :D
ResponderEliminarSimplesmente fantastico. Adorei este teu texto. Escreves sempre tão bem, dás voz ao coração e folgo à alma. És uma inspiração. Continua continua ... Beijinho de boa noite
ResponderEliminarja tinha saudades de te ler. tao bom :)
ResponderEliminarbjinho
Realmente não há muito o que dizer. Lindo mesmo e adorei a música!
ResponderEliminarPedacinho de mim,
ResponderEliminarUm deleite o seu texto !
Emoção, delicadeza, subtileza e, prazer foram os sentimentos usufruídos da leitura das suas letras.
Um laço admirador de mim para si.
Ana