Do que sou...
Sou um barco de papel, cama aberta,
quente, fria, cheia, vazia. Sou melodia, silêncio, sou a voz que fala, sou as
palavras escritas numa folha de papel. Sou o dualismo, presente, ausente,
constante, errante. Sou um tanto de tudo que em nada se explica, sou coração,
sou carne, sou caminhante. Sou um pouco de tanta coisa, sou uma árvore de um
jardim, sou um muro cimentado num lugar distante. Sou a sede de ter, a pressa de
chegar, sou a calma do aguardar, sou o cuidador do que tenho no meu ser. Sou
história, inacabada, reescrita, rasgada e outra tanta nova. Sou o caminho mais
longo, sou quem desconhece a efemeridade, sou os pés cansados, sou os braços
que não param de lutar. Sou um cavaleiro sem cavalo, sou um homem igual a todos
os outros, sou quem acredita em contos infantis, sou quem sonha a maior parte
do dia. Sou uma canção que fala de amor, sou um poço em que jogo a moeda e peço
um desejo, sou a primavera quente ou um cobertor numa noite de inverno. Sou um
vaso com terra que pretende ser um jardim, sou um narrador de contos meus, sou
o vocalista de uma banda sem nome, sou o eterno ser que espera a vida
acontecer. Sou quem se arrepia, quem beija à luz do luar, sou o acreditar, sou
o ficar no tempo sem que o tempo apague a memória. Sou passado, presente, serei
futuro, sou uma pedra assente num areal extenso. Sou quem reside no refúgio do
seu sentir, sou a muralha de china ou a torre Eiffel em Paris. Sou calçada
gasta, sou um caminho de terra batida, sou uma vela ou um livro à espera de ser
lido. Sou um jogo de tabuleiro, sou um balão de ar quente, sou um nariz
vermelho de palhaço, sou um soldado de ideais fixos. Sou um proclamador dos
sentimentos, sou momentos, sou um corredor que corre sem parar, sou um dia
atarefado, sou um fim-de-semana de festa. Sou um copo cheio de água, sou um
rio, sou um mar. Sou um ser, sou um olhar, sou a felicidade, sou eu, sou tu,
sou nós, sou o meu amor, o teu sorrir, sou o teu olhar, sou o nosso eterno ficar
na palma das nossas mãos...

Pessoal,
o meu blog está no final de uma distinção de blogs. Por isso façam-me o favor e
votem. Abraços e beijos.
Vota Aqui =)
reparei na mudança de fundo. Gostei muito. Beijinhos
ResponderEliminaradoro esta música, e gostei bastante do texto
ResponderEliminarHoje o teu texto fez-me lembrar Fernando Pessoa! :)
ResponderEliminarAmo a música!
bjinho
Nós somos o que realmente quisermos. É belissimo a comparação que fazes de ti, ao que te rodeia. É fantastico como brincas com as palavras. A Kate, disse que a fizes te relembrar Fernando Pessoa, eu reforço, ao ler o teu texto, vinha-me à ideia que estava a ler Pessoa, um grande senhor, que em cada frase escrita tem um mistério, que escreves a razão do ser, atras das linhas encobertas com as palavras vulgares. Parabéns :) Claro que Pessoa, não se imita, nem se consegue escrever igual, mas tu, tens uma forma de escrever identica, principalmente neste texto notei. A musica muito bonita e o fundo actual também. Beijinho
ResponderEliminarJá não vinha aqui há algum tempo, mas foi bom voltar para ler mais um belo texto, adorei.
ResponderEliminar"And after all... You're my wonderwall" , love it :D
ResponderEliminar