Decifra-me...

Hoje tirem um tempo e leiam sem tempos. Sejam felizes...


Nunca fui de desistir, de pegar nas malas e partir. Prefiro acreditar, acreditar nos passos dados, nos caminhos traçados mas, sobretudo, acreditar que o destino traz-nos aquilo que nós procuramos. Sou um amante da liberdade, daquela que me corre nas veias, daquela que dá significado ao meu viver. Confesso que me defiro em tantas coisas, vivo nesta minha estranha forma de vida mas, é assim que sou, realmente, feliz. Sou um humano como tantos outros, repleto de dualismos, sorrio, luto, perco e também sei chorar. Amo de forma completa, não consigo conceber o amor por metades, por indecisões, baseado em virgulas e pontos de interrogação. Aprendi a amar por mim mesmo, a criar no meu imaginário a minha própria história reflexo do que vivi, do que agarrei e do que deixei por viver. Já errei, sou um ser errante, já mostrei, já calei ou então confessei num silêncio imperceptível ao olhar de tanta gente. Nasci para viver, os dias bons, os dias maus, dias de sol ou até mesmo dias de chuva. Penso que, na vida, deveremos passar por tudo para darmos o verdadeiro significado ao que temos. Penso e defendo que todos somos detentores de um livre arbítrio, que somos nós que temos de decidir os nossos caminhos, os rumos de um oceano repleto de correntes que nos arrastam vezes sem conta. Não consigo ver a vida de outra forma, em que a opinião dos outros é superior à minha e em que a voz de outras pessoas é mais verdadeira do que aquilo que vejo com os meus próprios olhos. Gosto da simplicidade, da humildade das gentes que têm tanto mas que não ostentam esse tanto que possuem. Confesso que as melodias cativam-me, que há sinais que me fazem vibras mas, que sou observador, que gosto de ver cada pormenor e que vejo tanto que nem queria ver. Sou feliz assim, nestes dias de correria em que me sento para escrever e o mundo fica lá fora, com todos os seus problemas, com todos os seus contratempos, com todos os seus cruzamentos. Aqui, na escrita, falo um tanto que fica calado porque é, no silêncio, que sentimos as coisas mais reais. Gosto de sorrisos, daquelas pessoas que sabem sorrir com os olhos, que sabem fazer-me sorrir simplesmente pelo acto de mostrarem-me que é nestas partilhas que somos bem mais humanos. A determinação para mim é tudo, a garra de querer, de vencer, a garra de ganhar mas, mais importante do que tudo isso, a garra de cuidar de quem cuida de nós. Sou um homem que me contento com pouco, com um abraço verdadeiro, com um beijo apaixonado e com uma noite de verão em que dois corpos se juntam numa praia qualquer. Sou um amante da vida sem preocupações, em que o futuro será sempre o dia seguinte, aquele que resulta do que fazemos hoje, de quem amamos hoje, por quem lutamos agora mesmo. São nestas linhas que cozo o meu pano, aquele que será a minha história, repleta de retalhos diferentes, de cheiros e sabores distintos, de sentimentos tão semelhantes. Sou um sonhador e, se querem que vos diga, prefiro viver neste sonho, neste tempo meu em que as horas são conjuntos de palavras que se juntam às frases que me compõem. Continuo, constantemente, na procura do meu lugar, não sou de monotonias e muito menos de comodismos, gosto de desafio, gosto de mudanças, gosto de surpresas cativantes como um bilhete escrito ao final de um dia de trabalho. Vejo nesta vida a falta que temos de viver, respiramos tantas vezes mas será que sentimos o ar a percorrer o nosso corpo? É isso, a vida é feita de sinais e, tantas vezes, passamos ao lado dos mesmos e nem sequer os conseguimos entender. São destes sinais que hoje aqui falo, destas pequenas coisas que tanto me cativam, que tanto me chamam. Hoje, hoje escrevo um tanto de mim com sabor a tanta gente, hoje escrevo pedaços de mim endereçados a ti, quem sabe? Aqui, agora, vejo que o homem que sou é espelho do que em criança pedia para ser, alguém que luta, alguém que cai e se levanta, alguém que sabe amar, alguém que procura neste mundo a alma que consigo complementa uma história em construção. Porque no fim de tudo, o que se quer é uma vida feliz e não apenas um final. E tu? Tu já lutaste hoje?



Se tudo começasse numa música, começava aqui mesmo...


Comentários

  1. és espectacular!não tenho palavras :)

    ResponderEliminar
  2. Também adoro simplicidade e humildade. Não suporto ostentação. Confesso que sou mesmo muito preconceituosa em relação às pessoas exibicionistas. Olha é isso e as pessoas que não gostam de animais!

    Bom texto.

    bjinho

    ResponderEliminar
  3. A sério? Eu achei-o demasiado racional.
    Gosto daqueles "que se escrevem sozinhos" :)

    ResponderEliminar
  4. e tu não tens noção da forma como contribuis para o amadurecimento do meu coração. Quando vejo o teu sorriso fico jovem, mais empolgada. Deixas-me apaixonada André :)

    ResponderEliminar
  5. adoçicas-me o coração de vez em quando e isso é uma grande ajuda!;) Um beijo grande

    ResponderEliminar
  6. Ler-te é tão bom. E conhecer-te aos pouquinhos é melhor ainda.

    Um beijinho e boa semna.

    ResponderEliminar
  7. Admiro muito a tua humildade e sinceridade na tua escrita. És fluido em tudo o que escreves. Pelo que se lê, percebe-se que te conheces muito bem, que sabes quem "és" e o que queres, o que é muito, todos nós devíamos ser assim, contudo existem muitas pessoas procurando a cada dia, o seu eu, procurando o seu caminho. Identifico-me muito com o que escreves, sou muito assim, sou uma pessoa que é feliz com as coisas vulgares da vida, que é feliz com pouco, que não espera muito da vida, para não se desiludir, que luta pelo amanha, que é feliz tal como é, que saboreia os momentos vividos e que os guarda como boas recordações. A felicidade esta mesmo no mais singelo, no mais simples que a vida possui. Acredito, que tudo o que escreves é o espelho de quem.

    ResponderEliminar
  8. E não lutamos todos,todos os dias?
    Beijinho

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Se eu pudesse... trazia-te de novo à vida...

"Preciso de ti... de nós..."

"Voltar a acreditar... no amor."