Vida em ti, em mim, em nós...

Procura-se o que de melhor há em nós, procura-se um amor, um viver, vive-se sonhando e por vezes acabamos presos a um passado que nos rouba esse viver. Somos apanhados nas nossas próprias escolhas, rasgamos folhas e outras permanecem tão ancoradas as nós. Guardamos pessoas, recordamos os cheiros e os sons que nos marcam, sorrimos nas conversas mais absurdas e construímos um imaginário que nos refugia da escuridão dos dias piores. Somos assim humanos, frágeis como vido, resistentes como aço, tentamos corrigir erros, mas acabamos por errar, não somos imperfeitos e é isso que nos torna especiais. Não acreditamos em tudo, por vezes damos por nós a questionar de mais, afastamos o que não se gosta e é intensa a forma como agarramos aquilo que nos faz felizes. Ouvimos de mais e sentimentos de menos, um defeito, esse sim, é um grande defeito, temos coração mas há alguns que agem como se de robôs se tratassem. Escrevemos sempre angustias mas esquecemo-nos que essas passam e o que é bom fica e temos tanto que nem aproveitamos. Preferimos, por vezes, lamentar descurando o que temos, a vida que possuímos, os sonhos que conseguimos realizar. Vivemos neste sofrimento, ou não fossemos nós portugueses, um povo heróico e sofredor, caído nas vielas, choroso em cada fado cantado. Esqueçam passados, foquem-se apenas e simplesmente no presente, naquele que têm nas mãos e que, por vezes, nem se lembram que o podem pintar e desenhar da forma que mais sonharem. Sonhem, não tenham medo de sonhar, porque somente assim, andamos em frente, apenas desta forma construímos um viver à nossa maneira, nosso, e não a réplica de outro qualquer. Hoje sejam vocês mesmos, hoje coloquem um pouco de cada um em tudo o que fazem, em tudo o que dizem, em tudo o que oferecem. Vivam de coração, vivam segundo o que sentem, segundo o que querem, adorem o que têm antes que a vida vos ensine a amar o que tinham...