O reaprender do amor...

A saudade permanece tão acesa neste meu peito deslaçarado, a força parece tão diminuta comparada com os dias em que o sol ainda chegava a penetrar as vidraças deste meu quarto. O amor parece perdido, esquecido no meio das recordações que tanto peço para esquecer, que tanto imploro para que voem e deixem em mim apenas simples laivos de uma vida que foi vivida com uma intensidade que agora já nem conhece a sua razão de existir. Caminho, assim, por entre as ruas que me seguram as pisadas em direcção a um caminho que nem sei bem qual, nem sei onde me irá levar. Não consigo pensar hoje, não consigo acreditar por mais que saiba que esse mesmo acreditar me fará reerguer de novo, levantar, sarar as feridas e continuar a lutar como sempre o fiz, como nunca desaprendi. O coração pediu umas férias, um pouco de tempo para poder ver a realidade tal e qual como ela é, despida de sonhos, de vontades, de projectos e de sombras daquelas pessoas que pensávamos serem bem mais do que simples formatações de um guião que já se sabe quando acaba uma frase e começa a nova. Não me perguntem o que sinto, porque certamente nem eu sei o que responder, nem sei o que reflectir deste dia que hoje chegou até mim mesmo sem ser pedido, mesmo sem eu lhe ter dado permissão para entrar dentro deste meu pequeno mundo. As palavras, hoje, enchem aquilo que tanta falta me faz, que tanto me fez um dia batalhar, hoje não me peçam para acreditar porque isso foi o que sempre fiz, o que nunca esqueci de fazer. Ouço e apenas calo, calo a alma que grita o teu nome, o nome de um amor que certamente me fez tornar assim, um pouco mais eu, um pouco mais verdadeiro nos sentimentos e na forma como encaro este amor que hoje prefiro esquecer, prefiro me afastar. Sou eu, assim, porque na realidade a felicidade de cada pessoa parte primeiro de si, primeiro daquilo que constrói porque se estiver à espera de alguém que a construa pode permanecer, eternamente na ilusão de um dia melhor ou até mesmo de um final feliz. Olho para o passado e vejo que ele ali continua estagnado, parado e impávido no tempo perdido de um romance esquecido, vejo que afinal nada a ele me prende a não ser esta minha vontade enorme de viver a realidade de um amor que cada vez mais se caracteriza pela irrealidade de um amo-te ou até mesmo pela banalidade de um namoro que de sentimentos é desprovido. Hoje não me peçam para acreditar porque nada me mostra que o que vale a pena é sentir em vez de representar...


Comentários

  1. exacto concordo contigo :)
    sim as vezes so numa linha diz-se tudo

    ResponderEliminar
  2. exactamente. virão dias melhores :)

    ResponderEliminar
  3. Outro post extremamente bem escrito!
    Como é que escreves tão bem???
    A sério,amo mesmo!
    E por favor: não desistas do amor!!!
    Sei que às vezes parece muito irreal,mas ele não o é! Só tens de lhe dar mais hipóteses! =D
    Quanto ao comentário que me deixaste no meu cantinho: MUITO OBRIGADA!! Nem sei como te agradecer =)
    Eu também adoro abrir a minha caixa de correio e ver comentários tão queridos e atenciosos como os teus!
    E eu,sempre que possa,virei aqui,ao teu cantinho,comentar todos os teus post,porque eles de facto merecem a minha atenção e a de todos os outros!

    beijinho* e mais uma vez obrigada!! ^^

    ResponderEliminar
  4. Boa tarde Pedacinho(s), André,

    Já saiu daquele labirinto, já se encontrou?
    Pegue a minha mão, que está quente, antónima do tempo atmosférico, que se faz sentir, e, agora em comunhão, e com afecto e cumplicidade, falemos do seu texto.

    DIVINAL! Vem de divino, qualquer coisa muito boa, sublime, transcendental, perfeita, doida, que nos faz sair de nós e caminhar, arrebatadoramente, até ao outro.

    OBEDEÇAMOS À VONTADE!

    Não sei ser sucinta, nem parca de palavras, nem de sentimentos. Dou, dou e dou-me.
    Sou assim, intensa, completa, total, como o seu texto, como VOCÊ.
    Na vida, tudo se reaprende, meu querido André.
    Os acidentes e incidentes físicos deixam mazelas, mas o tempo, O SEU MELHOR AMIGO, vai-se encarregando de minimizá-los, até conseguir apagá-los da alma, da memória.

    Nas minhas mãos tenho uma fita verde, cor da esperança e do renascer.
    Para quê, perguntar-me-á?

    PARA COLOCAR, PRENDER, EMBELEZAR e ENLAÇAR O SEU CORAÇÃO. DEIXA?

    Peco-lhe, que acredite. Assim, é mais fácil sentir. EU SEI, QUE JÁ COMEÇOU A SENTIR. Está confuso, é natural.

    Dizem que em matéria de amor, são os "LOUCOS", que têm mais experiência e que melhor amam.
    Assim, nada devemos perguntar aos sensatos, porque estes amam, sensatamente, O QUE EQUIVALE A NUNCA TER AMADO.

    "O Elogio da Loucura" é uma obra a não perder.

    TENHA UMA EXCELENTE E DIVINAL NOITE, COM LAÇOS E ABRAÇOS.

    Beijos de muita luz.

    PS: As suas imagens são muito significativas. Como sempre, as legendas em inglês e as minhas, em francês. Paris é a cidade da luz e dos amantes.
    O homem francês ama avassaladoramente e com elegância. Parecem atitudes contraditórias, mas não o são.

    JE T'AIME NÃO SOA DA MESMA MANEIRA, QUE I LOVE YOU.
    EXPERIMENTE PRONUNCIAR. ENTÃO? É MAIS DOCE, NÃO É? DIGA-ME DEPOIS O QUE SENTIU.

    Até quando, ambos, quisermos.

    ResponderEliminar
  5. compreendo cada frase, tal como tu dizes, porque me revejo em muitas delas, em muitas mesmo. ou estou a passar pelo mesmo ou então já passei mas sabes... a cabeça andou sempre para cima. representei muitas vezes e sabes, nós, pessoas com esses sentimentos assim, conseguimos ser muito bons no que toca à representação. mas olha, às vezes mais vale pegar na almofada, deitar a cabeça sobre ela, e chorar, chorar um bocadinho pelo passado. o passado nunca passa verdadeiramente por mais que queiramos, ele continua sempre em forma de sombra e nós, como somos assim sensíveis, tropeçamos inúmeras e inúmeras vezes nele mas sabes... a nossa sorte é que essa sombra não pode definir o nosso futuro, apenas presente e nós, sim nós, nós só tropeçamos se deixarmos ser escravos dela mesmo.
    « caminho, assim, por entre as ruas que me seguram as pisadas em direcção a um caminho que nem sei bem qual, nem sei onde me irá levar » *-*
    e sim, na verdade até sou uma criança, até porque apenas tenho 16 anos. mas, oh, o que eu vivi, certamente que não existem muitas pessoas idosas que o viveram e sabes, vivo na mesma, mais feliz ou menos feliz, vivo na mesma.
    e esse teu amor perdido deixa-me francamente deliciada. como é que é possível um coração gostar tanto de outro coração ? ai, enfim.

    ResponderEliminar
  6. "Não consigo pensar hoje, não consigo acreditar por mais que saiba que esse mesmo acreditar me fará reerguer de novo, levantar, sarar as feridas e continuar a lutar como sempre o fiz, como nunca desaprendi. " Como eu entendo o que escreves! Amo o que escreves!
    Depois de lutarmos por algo, depois de acreditar em alguém, e vermos tudo ir por água abaixo, é tão complicado quando nos pedem para voltar a fazê-lo, por tantas razões!

    ResponderEliminar
  7. Sei o quanto doi... mas respire, continue e logo vai encontrar a trilha novamente. Abração.

    ResponderEliminar
  8. força (:
    adorei o texto e as imagens, estas estão lindas!

    ResponderEliminar
  9. oh, fico feliz por ouvir isso, querido, muito obrigada!

    ResponderEliminar
  10. oi amigo
    belo blog, uma maravilhosa tarde na presença de Deus, bjs

    ResponderEliminar
  11. é realmente muito bom pensar sempre assim. tens toda a razão.

    ResponderEliminar
  12. Oh gosto tanto de saber isso, enche-me logo o peito e oh, eu até já te disse que também gosto de te ler, e espero que isso seja bom para ti. Gostarmos sempre de ler alguém é benéfico. Obrigada e beijinhos

    ResponderEliminar
  13. Voltei só por hoje e oh ando assim ausente porque perdi as palavras e nem sei de mim, e oh, voltei só por hoje. Obrigada por continuares cá!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Se eu pudesse... trazia-te de novo à vida...

"Preciso de ti... de nós..."

"Voltar a acreditar... no amor."