"Dói-me ter de existir"

Dói-me o peito inflamado pela dor -
Por me olharem como um senhor,
Sendo eu, apenas, o vazio.
Dói-me ver este rio que passa por mim,
Que me revela que estou próximo do fim,
E mesmo assim ainda sei acreditar nos meus sonhos.
Dói-me ser o silêncio,
E finjo nem querer saber, nem saber de ti.
Visto-me de escravo e de parvo.
E saio para a rua... sem saber mais de mim.
Engano tudo, o mundo, a saudade, 
Engulo um copo de insanidade e nem sequer olho para trás.
Dói-me não ter paz.
Viver nesta agonia de não ter
E ter muito mais do que aquilo de que eu preciso.
Perco o juízo e nem quero mais olhar,
O amor acaba por se dissipar e eu nem sei o que é sentir.
Dói-me ter de existir.
Se tudo o que eu mais quero é nem sequer contar,
Esquecer-me de tudo o que vivi. De quem conheci.
Ser escravo de uma paixão ruim,
Ou olhar nos olhos de uma prostituta que nem sabe de ti.
Dói-me olhar isto tudo,
E ver que o mundo não me pertence. E ver que eu não quero estar assim...
Porque enquanto eu me lembrar que não somos um fim,
Serei pedaço de carne... que não sabe amar.

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