"Perdoa-me..."

Talvez não me procures mais... depois de todas as palavras que deixei por dizer,
Depois de te ter deixado sair pela porta desta casa, sem te mostrar o quanto te amo.
Talvez já seja tarde... mesmo que eu me tente enganar que tu irás voltar para os meus braços,
Sorrir para mim - naquele gesto simples que me fazia sentir tão completo.
Vi-te ir, e nem estas palavras me conseguem livrar da saudade que sinto, 
Da vergonha que se apodera do meu corpo, que se entranha na minha pele, 
Que me revolta o peito - nesta ansiedade de ver no amor a minha última salvação.
Confesso-te agora que fui fraco. Que fui tão fraco!
Na hora em que te podia dar tudo o que sentia, na hora em que estavas perto de mim,
No meu abraço, no meu espaço, na minha tão inteira vida.
Talvez já nem me ouças, já nem passes por este lugar para leres tudo o que sinto,
E eu minto... minto que serei teu mais uma vez.
Talvez... 
E vivo eu nesta incerteza que me roubou o que eras em mim,
Que ditou o fim, a despedida de um amor - em que eu fui metade daquilo que sou.
E nada nos salvou, nem a minha cobardia e o meu arrependimento,
No momento em que bateste com a porta, em que me deixaste nesta casa morta,
Despida de tudo o que tu vestias... de tudo aquilo que compramos juntos.
O sentido esqueceu-se, ou então só valorizamos aquilo que perdemos,
Quem perdemos. Quem não esquecemos - mesmo que tentemos fingir.
Talvez foi na tua partida que te amei verdadeiramente, foi nessa hora em que vi que sempre te amei,
Nos dias bons e nos dias maus, nos segundos em que nos amamos,
Em todos os confrontos que tivemos.
Mas... mesmo sabendo que já vou tarde,
Perdoa-me...
Perdoa-me por tudo o que não fiz, por tudo o que não disse, por tudo o que... esqueci,
Naquele esquecimento que tive de ti - mesmo tu me provando que estavas comigo.
E foste...
E eu nem te soube agarrar, nem te soube segurar, 
Porque é mesmo assim que o amor tem de ser. E eu não fui amor!
E eu não fui querer.
Talvez o tempo agora se lembre de mim, ou então se esqueça como eu me esqueci de te cuidar,
De te dar o que me merecidas, de ser-te, de pertencer-te.
Por isso desculpa...
Desculpa por só saber que te amo no dia em que me mostraste que o amor pode partir,
Das mãos de quem não o sabe segurar... 

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Comentários

  1. "perdoa-me o que não fiz" porque, por vezes, dói mais e por mais tempo o que fica por fazer. gostei muito:)

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