"Vê se voltas rápido..."
São
nestes dias de chuva que te sinto mais perto… Sempre que escuto as gotas a
baterem contra o vidro do meu quarto, naquele quarto em que me deito na saudade
que tenho do teu corpo. Talvez estes dias sirvam para sentir-te ainda mais,
para querer abraçar-te, no calor destas quatro paredes que parecem tão despidas
sem ti, no refúgio destas mantas que me cobrem a pele. Há tanto que espero que
o destino nos enlace, que esta distância acabe na certeza de um abraço, na
firmeza de um olhar, num sentimento… mais presente. São nestes dias cinzentos
que procuro mais por ti, já nem as palavras me acompanham e o café arrefece
enquanto me perco nas memórias dos sorrisos que damos. Vê se voltas rápido, se
regressas à nossa casa, ao nosso refúgio, a estes lençóis que gritam o prazer
que temos neles – sempre que os gastamos em desejo, sempre que os rasgamos em
beijos. São nestes dias que acabam em noites frias… que eu peço por ti, que eu
peço para a saudade acabar, para que entres pela porta e me venhas abraçar… são
nestes dias que vejo que vivo com tanto de ti dentro do meu peito. Talvez
possas achar ridícula esta minha forma de amar, possas achar que te respiro
mais do que aquilo que respiro para viver, mas a verdade é que foste tu que me
ensinaste a amar assim, foste tu quem me fez lutar por aquilo em que acredito –
nem que as lutas sejam mais difíceis do que aquilo que esperava. A verdade é
que me fazes falta, que me fazes falta nos meus dias, naquelas conversas
tardias. Fazes-me falta na cama! É esta chuva que me faz correr para ti, que me
faz vaguear em tudo o que já confessamos à clareira de um braseiro, no
aconchego de um lar. Peço-te que me faças ir, ou então que venhas tu, porque a
carência é tão grande para um coração que parece tão pequeno, que parece
encolher sempre que partes e me beijas os lábios dizendo: “Tudo vai correr
bem”. Mas não… desculpa mas nestes dias não consigo acreditar nesse “Tudo vai
correr bem”. Tu faltas-me, falta-me o teu cheiro, a tua roupa espalhada pelo
chão, o teu abraço – aquele em que nos perdemos no silêncio do nosso amor. Por
isso te digo que são nestes dias de chuva que sinto a privação, que vivo na
prisão destas quatro paredes e de um café forme que me mantém desperto. Vê se
me vens buscar, ou então que te venhas aninhar neste meu peito. Em cada meu e
teu defeito. Vê se vens amar. Não percas mais tempo. Não percas! Porque eu
quero arriscar tudo em ti, tudo contigo. Porque sem a tua presença o meu corpo
fica sufocado. Eu… eu estou a ficar lado sem te ter a meu lado. E, por mais
sonhos que acredite, a saudade que invade o meu peito mostra-me algo que eu
nunca senti. Mostra-me puro amor, como um diamante em bruto, como o silêncio em
que tive até ao momento em que te encontrei. E não, não tenciono nunca mais
negar-te, não tenciono nunca mais largar-te. Tu… tu dás-me vida. E juntos somos
amor. Apenas isso. Amor…

É estupidamente entusiasmante!
ResponderEliminarFiquei presa nas palavras...
Aquelas que falam de Amor!
As que confrontas, com o realçar da tua alma.
Nessa paixão arrebatadora, em que transpões sentimentos...
O resultado só poderia ser do melhor! Muitos Parabéns!!!!! Beijinhos e Abracinhos
Cada dia me surpreendes mais. Parabéns, adoro!
ResponderEliminarIncrível como abre a janela da sua alma e de muitos outros. Não tenho mais palavras para agradecer cada dia em que o leio. O André é um escritor único.
ResponderEliminarParabéns.
Abraço.
Luísa
Completamente perfeito!
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