"Cidade"

Somos a cidade… as paredes escritas que falam de amor, de um amor que nos leva à saudade, à vontade de ficar muito para além… da morte. Somos esta cidade, esta em que as pedras marcam a história, em que nas janelas vive-se a memória, a vontade de ver o mundo – para lá dos vidros: encerrados. Somos a cidade, as cores e os sabores que nos abrigam o sentimento, o coração da gente que ama o seu amor, que cuida de cada pormenor. 
Nós somos… a liberdade. 
Somos a cidade… aquela em que os pássaros voam sobre nós, em que ouvimos a voz de quem canta uma balada de amor só para que consiga o sustento do seu viver, só para conseguir… sorrir – nem que seja por um segundo. Somos a cidade. As portas pintadas que marcam o lugar, que falam de quem por lá passou, das lembranças que ficaram. Somos essa cidade… em que as vidas não param, em que a paixão pulsa de desejo, aquela cidade da promessa de beijo. Do viver… um grande amor. Somos a cidade… a claridade que passa por entre as casas abandonadas, as ruas apertadas e as vielas em que as vidas se cruzam. Somos a cidade despida, a vida continua.
 Sem intervalos. Sem esquecimentos.
Somos essa tal cidade… aquela em que o sentimento espreita à esquina, aquela cidade tão grande e ao mesmo tempo tão pequena. Aquela em que cabe o nosso amor, em que assiste ao nosso amar. Somos a cidade, a clareira que arde e o cheiro a castanhas espalhado pelo ar, em que paramos para ver, em que tantos não param... para olhar.
Nós, nós somos esta cidade, esta cidade em que o rio… em que o rio desagua no (a)mar.


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