"De pés descalços"

De pés descalços, sigo os passos de quem amo.
Longe vai o passado que um dia era escuro,
Frio como as noites de inverno - em que o meu corpo... era solidão.
O meu peito vê agora o juntar todas as memórias que um dia esqueci,
A vontade que reprimi (em sonhos que deixava por viver).
A vulnerabilidade eram facas que trespassavam o meu coração,
O amor era apenas uma utopia, um rasto de desejo,
Uma fantasia... que pensava jamais viver.
Era o homem que se prendia ao medo de tentar lutar,
As minhas mãos eram o silêncio de um grito de liberdade,
E eu era um sopro de ansiedade - refugiado em promessas: vãs.
Agora não! Não sou o que fui, não sou mais o choro calado,
O corpo usado que era amassado, que era largado.
Um corpo, apenas um corpo morto.
O abraço era esperado, um alguém que me levasse onde não fui,
Um amor de verdade, em que o olhar falava de bondade,
Em que não se perdia a magia de tudo o que foi dito.
Foi então que tu chegaste, num dia tão igual aos demais,
Em que me deste o que não tinha, em que me mostraste o que não conhecia,
Em que fizeste de mim... a tua prioridade.
E hoje não esqueço, não perco nem deixo de lutar,
Por quem me soube resgatar, por quem me fez renascer, 
De um escuro que tão bem sabia conhecer, e que agora...
Já não sabe existir.
Amo-te.



Comentários

  1. Olá,
    Belo e sublime.

    O amor é um sentimento grandioso e maravilhoso. Mas carente de carinho, atenção e, reconhecimento por vezes é esquecido e relegado para segundo plano.

    Quando se coloca na tela, no papel esses sentimentos de uma forma poética não é só amor é semelhantemente a aprovação.

    Um prazer.
    Ana

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  2. Um texto sentido e poderoso :) Adorei!

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