"Refúgio"

Quisera o tempo arrastar-me por aí, por becos em que não te vi,
Neste fado triste que não sabe de mim.
As ruas que me viam passar, agora almejam a saudade do teu abraço,
As epopeias que tanto sonhei, o sonho que adormece comigo.
Quisera o mar ser o meu refúgio e tu, tu a minha pura expressão de amar.
Quisera o tempo passar e eu, viver sem ti.
Fraco! Grito a fraqueza ao vento,
Àquele ser indomável que mostra-me a vontade crescente do teu ser,
No âmago neutral da minha paixão.
Dilacera-me o coração, no batimento ofuscante do teu olhar,
Naquele em que perco a minha noção, entregando-me à loucura dos meus mais secretos devaneios.
Pobres anseios que me alucinam,
Que me dominam, em noites dormentes de um sono que não chega,
Da tua imagem que carrego no meu pensar, que tatuo no meu corpo.
Vejo-me agora, como um homem louco,
Na loucura de inverter o verso e cair no tropeço,
Que me faz conhecer-te, no meu peito.
Pretendo-te para bem dos meus pecados mais gravosos,
Dos desejos que detenho como nossos.
Na junção dos corpos em proveito do sentir,
Nesta cama fria em que me vejo cair,
Em que te espero sem temor...neste desejo que tenho de ti...



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