"Nós..."

Que nunca se perca tempo quando a paixão assole os nossos corpos. Que sejamos um só, na junção da pele, na vontade saciada a dois. Que nunca se percam os segundos, que a chama não apague, com o passar daquilo que não se passa, com o impasse de um passo por dar. Que nunca se esqueça o vivido, o que se quer, o que em nós desperta nós mesmos. Que nunca se deseje um beijo em silêncio, um abraço calados, uma noite de prazer sem barulhos. Que nunca sejamos apenas dois, que não se seja apenas imagem, que sejamos luzes, acção. Que nunca se insista no erro de esperar, que se queira tudo até perder o ar, que se seja errantes, confessantes, amantes de um sentimento tão nosso. Que se seja agora mesmo, sem reticências nem vírgulas, sem barreiras, apenas despidos um, na frente do outro. Que não se queira pouco, e que não se peça muito, que sejamos livres, que sejamos presos numa prisão, que nem grades tem, para nos deter. Que sejamos o homem e a mulher, que sejamos a junção dos dois. Que nunca se perca uma noite, um sonho, uma vontade. Que se tente mesmo na adversidade, que sejamos aventureiros de um mundo para explorar. Que se seja a expressão inacabada do verbo amar, que sejamos complementaridade e, no fim, que sejamos a continuação de nós mesmos. Que não se perca tempo, que não se adie o momento, que se viva sem contratempos. No final, que sejamos mais um começo, aquele que vem depois dos pontos, das reticências, das vírgulas. Que, somente, sejamos nós, nós e nós, daqueles difíceis de desatar, daqueles que perduram nos corpos, na pele, nas veias de quem está disposto a amar...



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