És...tudo...

Envolvendo o seu corpo nos braços dele, ela, permaneceu a olhar o mar. O dia de sol terminava e, a noite, caia sobre aquela baía, mesmo em frente aos olhos de ambos. Tivera ela voltado ao seu lar, àquelas areias ora quentes, ora frias, tivera ela voltado para o corpo dele. As perguntas não eram feitas, se existiam, estavam ali todas as respostas, no tremor do corpo, na adrenalina do beijo, nas palavras sussurradas ao ouvido, aquelas que habitaram durante, tanto tempo, os textos dele. Ambos eram a continuação da história, os aventureiros, marinheiros de marés vivas, pescadores que se arriscam a ir, somente a ir de encontro ao desconhecido. Minutos que viraram segundos, segundos revestidos de uma eternidade, de uma ansiedade, de uma saudade que habitou um minuto, que os fez viver pela vida inteira. E, mesmo antes de ela ir, ele, a sorrir, disse-lhe que tivera deixado, no bolso do seu casaco, um bilhete, um pequeno papel que, mais que uma conjugação de palavras, era uma conjugação de sentimentos. Ela, devolvendo o sorriso e pegando no seu longo cabelo, despediu-se com um suave beijo prometendo voltar no dia seguinte...

Somos complementaridade,
Olhar, ansiedade,
Somos prosa, poema, poesia,
Somos os loucos de Lisboa, a garra, a acalmia.
Somos sonho, fantasia,
Mão escorregadia,
Somos conjugação de dois,
Num futuro que vem depois,

Depois da nossa sede de amar...



Comentários

  1. Mais um texto lindo. Encantas com cada palavra.

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  2. Hoje em especial tocas-me no coração com uma intensidade mais profunda. Simplesmente fantástico o que escreves te, encantas em poucas palavras que escrever, tens o dom de escrever dentro de ti, e disso nunca te esqueças.

    Um beijinho

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  3. Está lindo, muitos parabéns! Gostei muito muito muito (...) do teu blog! :)

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