Parte Integrante...

Tenho de pedir desculpa pelas últimas postagens, o tempo tem sido escasso mas espero que hoje vos consiga compensar. Tirem um tempo e leiam. Beijos e Abraços e sejam felizes.

Foi no olhar dela que se perdera uma e outra vez, no tempestuoso sentimento que detinha nas suas mãos. O sorriso o prendera, os beijos roubados e os sentimentos confessados, naquele lugar, naquele quarto, naquela cama. Eram chama, chama que os aquecia, o corpo, a alma, o coração. Avançavam ao som do jazz, do blues que emanava de uma velha aparelhagem que servia de banda sonora ao seu encontro. Cumplicidades que escorriam pelos dedos de ambos, com sabor a sal, com sabor a uma paixão vivida, sem receio e muito menos pudor. Diziam que era amor mas, eles, não se prendiam a conceitos e muito menos a preconceitos, eram um do outro, naquele momento, naquela hora mas não sempre. Viviam em cada suspiro ofegante das suas almas, em sussurros demorados, em espasmos partilhados, num prazer deles, num vendaval de concepções quebradas. Eram livres, livres um do outro mas, ao mesmo tempo, procuravam-se, uma e outra vez, como crianças que brincam às escondias, como estátuas de uma obra de arte tão deles. Vivem um romance escrito em folhas rabiscadas pela vontade de ficar, uma hora, apenas cinco minutos, no calor das mantas, no toque, na nudez. Partilhavam aventuras como qualquer outro casal, não se entregavam ao banal e, ele, esperava-a, sempre que a via partir, sempre que a vontade era de lhe ir visitar. A distância rompia-se, a saudade atenuava-se, eles sabiam que o destino os unia e, mais que um beijo dado, ambos, queriam o coração um do outro, não como seu, mas como parte integrante um do outro. Não eram e nunca foram de grandes demonstrações publicas, o amor quer-se assim, seguro, segredado, um ao ouvido do outro, para que nada se perca e para que tudo tenha outra intensidade. Ele observa o corpo dela como uma tela, aqueles contornos que lhe percorrem, desde os pés, passando pelo peito, até ao rosto, aquele que o faz sorrir apenas como um gesto perceptível por ambos. Cada dia ele a descreve não numa ou noutra situação, ele descreve ela com o seu coração, em pinceladas pintadas num mural habitual, naquele caderno preto, naquela praia, nas ruas deles, nos sonhos dele...


Comentários

  1. tirei-a quando vim de um sítio na Beloura onde tem um lago. Passei a tarde a estudar lá. Também fez milagres a mim :) Um beijo principe

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  2. Que belo. Compensas-te e muito bem a tua ausência. Escreves sempre de uma forma tão envolvente, que não dá para deixar a leitura a meio. É sempre delicioso, fantástico e mágico tudo o que escreves. Passando para o outro lado o poder de amar, o saber o que é o amor, o querer e não, o desejar, o amar o outro com todas as nossas forças. Um beijinho de bom domingo

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