Esqueceu-se o que era o amor...

Caminhava ele pelo quarto escuro daquele apartamento, as mãos já não eram as mesmas e o amor tivera se perdido para sempre no momento em que se esqueceu do mundo, em que se esqueceu de si próprio. Não sorria e a expressão manteve-se sempre igual no que ainda conseguia espelhar da sua alma estraçalhada pelo tempo e pelo passar das horas de um mundo que já nem era o seu. Perdeu o amor e isso impossibilitava ele de ser feliz como tivera sido outrora, no momento em que sentiu o coração bater e a esperança no seu próprio final feliz. Desistiu entregando-se apenas e somente aos recortes de fotografias e aos cd´s que religiosamente vai guardando na prateleira daquela secretária junto à janela. Deixou de acreditar em si, deixou de acreditar no amor e isso deixa-o assim, suspenso na sua própria vida, agarrado a um nada que nem ele consegue sentir. Falavam-lhe de amor, de um amor vivido mas ele é que o aprendeu a o sentir, com aquelas forças que hoje desconhece, com aquela intensidade dos passeias dados à beira mar onde os sorrisos invadiam os rostos e as mãos entrelaçavam-se para dar origem a noites de amor e de uma paixão avassaladora onde os dois se despiam de tudo e entregavam-se um ou outro, como sempre conceberam a sua história, forte. Acabou assim tudo restando apenas a solidão que hoje permanece, tão forte e em que os passos dados voltam atrás, arrastando de novo ele para um destino que não tem sido justo, que não o tem feito feliz. Hoje apenas sobra um pedaço daquilo que foi e certamente esse pedaço acabará por se desfazer, por se perder no meio de amargura de um esquecer permanente e de uma vontade incondicional de bater a porta e fugir para longe, para um longe onde nunca será encontrado, onde se irá perder no meio da neblina. O coração bate apenas por sobreviver, porque o viver, o viver há muito tempo que deixou de existir...

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