Mundos cruzados...

Os mundos são diferentes, as vontades distintas e os corações perdem-se nessa mesma diferença fazendo de tudo isto irreal, algo que quase se toca mas que rapidamente se acaba por afastar como uma simples flor que apenas atinge o seu apogeu numa noite, naquela noite em que ilumina mas que após isso perde a vida e o brilho que tinha. Não se pede grande coisa, não se exige demais da vida, apenas que o tempo passe, que tudo isto mude nem que seja um pouco, aquele pouco que desponte de novo o lutar, o sonhar com dias quentes e com um coração repleto de vida, vida que agora demora em aparecer, demora em mostrar que afinal vale a pena tudo isto. Mais vale partir agora que o caminho ainda não criou raízes, mais vale abrir a janela de novo, antes que os trincos se habituem a estar fechados e que com isto o coração fique perdido, esquecido do que é o amor. Não quero olhar de novo para o passado, mas certamente com ele aprendi o que afastar e o que pegar com todas as forças, porque nem sempre o mais verdadeiro é o mais correcto e o mais natural é o mais justo, o mais sentido é aquele que um dia resultará. As quedas aparecem em cada percurso escolhido, uns levantam-se com a força que eles próprios desconhecem, outros apenas permanecem caídos à espera que a força de outros os levantem, uns preferem ignorar as suas próprias quedas e eu ainda não aprendi a ver os buracos que a vida me coloca, por isso mais vale fugir de um desconhecido que nem sei como será, do que saltar de olhos fechados para uma história em que me cabe o papel secundário. É injusto, tudo isto é injusto, sentir quando apenas procuram o prazer, ser criticado mesmo antes de se conhecer, apontar o dedo mesmo sem saber o real, falar de amor quando o que se procura é coleccionar relações e saber que se sente e esses sentimentos são colocados para segundo plano, para um segundo patamar nas prioridades de uma felicidade que já nem eu próprio consigo acreditar. Há dias assim e eu próprio não sou diferente de toda a gente, diferente de toda aquela frustração que se sente sempre que vemos que não é bem assim e que por vezes sonhamos de mais e esses sonhos revelam-se mais uma utopia com a qual temos de aprender a viver nem que seja em simples recordações ou até mesmo em perdas que nós próprios criamos na nossa vida, na nossa forma de viver. Não quero apenas mais um pedaço de céu, porque no final de contas este pedaço de terra já me dá demasiada luta, demasiada força para que um dia consiga construir nela o meu castelo...

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