Foste sempre tu...

Caminhos, simples caminhos de uma vivência que nem sei bem qual, cores, luzes desfocadas e holofotes que acabam por se apagar no fim de uma peça que nem soube qual seria o final. Os actores desceram as escadas num tom silencioso e o público nem bateu palmas naquilo que não parecia uma peça de teatro mas sim uma vida, uma vida vivida, amargurada, sentida, ferida. O amor, apenas o amor era o ponto principal de tudo aquilo que ali estava, um amor perdido, um amor vencido entre a ignorância de um não saber e entre a ferida que teimava a ficar no peito de quem tanto sentiu, de quem tanto lutou para ser feliz com a pessoa mais verdadeira que algum dia conheceu. O pano fechou-se e as pessoas saíram, com lágrimas nos olhos, o actor, trespassado por um ferro que o tirava a vida abandonou as escalas a cambalear, a sangrar, a sofrer e a actriz fechou o seu coração, levou o seu mundo e levou o dele consigo. Assim foi, o tempo passou e a dor ficou, mas que dor? A dor vinha do coração mas ele não o tinha, então onde estava a dor? A dor aparecia nas recordações, nas lutas inglórias que ele travou e nas esquinas dobradas em que ambos se perderam, em que ambos perderam as mãos unidas que um dia nem se chegaram a tocar. Foram simples episódios de uma história sem fim, em que o ponto final ficou esquecido, em que o guião parou mesmo antes de começar, em que ambos perderam o seu papel e passaram a ser seres humanos que sentiam, que lutavam e que apesar de tudo conseguem sonhar com o que querem e com o que os une. O laço ficou, o tempo mudou mas há coisas que perduram, há situações em que não podemos fugir e acima de tudo há sentimentos que por mais que tentamos esquecer eles acabam por nos encontrar nem que seja em pequenas fracções em que recordamos um passado que queríamos que ficasse esquecido e perdido no meio de um tudo, no meio de um nada...

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