Rubrica Conversa a dois - "Apaixonado por ti, enlouquecido em ti"
Boa noite. Hoje volto a uma rubrica que tinha ficado um
pouco esquecida e que, agora, volta a este blog. Como co-autor deste texto, tenho o escritor Diogo Canudo. Para conhecer as palavras deste escritor
emergente português, basta clicar no link e desfrutar das palavras dele.
Sinto
a frieza do teu olhar a rasgar-me o âmago, o teu sangue a escorrer sobre o meu
corpo, e eu sem nada fazer. Continuo às voltas, em redor a ti, parado nesta
batalha sem fim. A tentar respirar o teu coração, a tentar sobreviver no
desvelo do que é ser realmente amar. Largo-me do espectro que um dia fui,
daquelas sombras que abandonaram o meu corpo, no dia em que penetrei na luz do
teu olhar. Renasci aqui, nesta utopia alcançável em que me estiro, em que olho
o teu peito clamante nos batimentos que sinto como meus. Queria o destino que
fossemos um só, nesta efémera dor que se esbate na presença de um desejo tão
nosso. Sou então este ser completo, sempre que te toco para além da pele. Logo
eu, que nunca pensei vir a amar tanto, a amar-te tanto… Os meus lábios refulgem
de desejo, o meu corpo de histerias incautas. Tentei proteger o peito com um
colete-de-forças, mas nem isso resultou. Tu deixaste-me nu, deixaste-me sem
qualquer armadura. Foi então que outorguei o meu corpo às balas, ao
desconhecimento de um conhecer tão teu, de um abstraccionismo em que nos pinto.
Toco-me ao tocar-te, sinto-me ao sentir-te. Maldição, esta que te fez vir até
mim, logo a mim, um homem descrente que não acreditava no amor autêntico.
Resta-me agora ter-te, em todas as horas, nesta minha insanidade, em grades
abertas, livres de um sentimento tão sentido. Confesso-me louco, desprovido de
pensamento, sempre que emerjo do silêncio gritante do meu peito, sempre que
confirmo a tua presença como ferro em brasa, tatuada na minha carne. E eu
atrevo-me, perco as inibições e entrego-me ao que realmente me completa. Quem
nunca errou: que atire a primeira pedra! Eu sou fiel a mim mesmo, ao meu jeito
lacerante de te enfeitiçar em meus braços. Poderei até partir um dia, mas
deixar-te-ei como meu resquício, de ecos despojados de magia: a nossa magia.
Quando for, sem um dia o vento me impelir, para longe, aquém de ti, faz-me
lembrar que na minha feição mais livre de ser, pertenço-te, sou a continuação
do que há em nós, o respirar único do nosso amor. Porque eu irei sempre para
onde tu fores, vivo ou morto. Apaixonado por ti, enlouquecido em ti...
Lindo,parabéns!
ResponderEliminarMuito Obrigado :)
EliminarMaravilhoso
ResponderEliminarMuito obrigado Beatriz ;)
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