Despertas-me a paixão...

A tua presença era aclamada pelo meu peito, sentando na ombreira da janela que dava para uma rua deserta, sentia o cair da noite no meu corpo, o frio a entranhar-me a pele, a humidade a tomar conta dos filamentos da minha blusa de cor escarlate. Há muito que a vila não te vê por cá, aqui os candeeiros continuam a dar a mesma luz mas, nem por isso, a claridade é igual à das noites de Verão. Confesso que tantas vezes fico, nesta janela, à espera que passes por esta rua, esta travessa contigua à tua, mesmo perto da porta que te acolheu até à tua partida. Os caminhos são diferentes, os destinos cruzam-se e nós? Nós andamos à deriva, como barcos de papel, tão simples na sua construção mas que flutuam num tempestuoso mar de Inverno. A vontade aqui permanece intacta, intensa como outrora, como naquele momento em que me despertas-te o sentimento, em que acendeste, dentro de mim, a chama da paixão. Confesso que nada foi em vão e que, neste vai e vem de dias, revelaste-me bem mais que fantasias, deste batimento ao meu coração. Agora almejo-te, desejo-te, quero-te, sem divisões, interrogações, nem hesitações. Quero-te a todo o momento, em qualquer estado, em qualquer lado, quero-te de forma permanente, insane, como loucos detentores de liberdade, como amantes em puro estado de ansiedade...



Comentários

  1. Um querer cheio de vontade, um querer por perto quem se ama, um querer ter a paixão não só junto do coração, mas a distância de uma mão... A tua escrita é tão envolvente, faz-me sonhar e ver-me nessa história que crias. Mais uma linda inspiração. Beijinho

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