Acordus meus...
Deixo-me navegar, correr no rio,
naufragar. Deixo-me perder, na imensidão do querer, na neblina do ter. Apenas
me deixo ir, ficar, olhar, sorrir. Vou por entre caminhos desenhados,
desenhadas vontades que me fazem querer. Vou, vou deixando o passado, largando
as roupas usadas que o meu corpo cobriam, que a minha alma feriam. Deixo-me deixar-me
de ser, deixo-me padecer nas pedras da calçada que agora assistem à minha
vitória. Deixo-me ir, deixo-me ficar. Vou na correnteza deste ar, neste mar de
emoções antagónicas em que me perdi para me encontrar. Deixo-me guiar, pelo
olhar, pelo tacto que sente as mãos firmes de um alguém esculpido em segredos
calados. Vou deixando-me ir, vou sem tudo saber, sem nada perder. Deixo-me agarrar,
ancorar a este novo porto de abrigo com pilares firmes de verdades. Renasço em
mim, reinvento a história no escarlate sangue que percorre as minhas veias, no
calor de uma tarde em que o sol decidiu-me visitar. Deixo-me de me ter para te
sentir, deixo-me de respirar para que o meu coração habite o teu lar. Vou, vou
sem o medo que outrora em mim ficou, salto e piso o chão firme do meu firme
desejar. Deixo-me viver, deixo-me sonhar, deixo-me, simplesmente, te amar...
"Deixo-me, simplesmente, te amar.." Lindo :')
ResponderEliminare essa imagem é uma ternura!
Se me permites: dois textos no mesmo dia? Humm isso será sinal de que o sentimento está a crescer ainda mais, ao ponto de mal o conseguires conter?
ps: obrigada pelo comentário :)
Pecadinhos de mim,
ResponderEliminarO seu texto desnuda um tumulto de emoções à tonalidade da pele.
Felicito-o.
Ana