Linhas cruzadas...

Voraz o peito que sente amor, vida, sentimentos prósperos em cama ardente. Olhar permanente, penetrante, em oceanos de desejos, em simples beijos, em coloridos gracejos. Minimalismos perceptíveis na neblina vasta de almas lutadoras, de mentes sonhadoras, de belezas tentadoras. Olhos distantes, rios correntes em que dois corpos se arrastam, em que se fundem nos passos descompassados do escarlate sangue que lhes corre nas veias. Intensos minutos, segundos em que ar é cortado pela ansiedade de apertar, de sentir, de marcar o corpo em tatuagens permanentes, em rabiscos que vão para lá da efemeridade de um capítulo. Histórias desfolhadas, desfolhados desejos contados ao ouvido, segredos revelados e um copo de vinho partilhado a dois. Pôr-do-sol depositado no fino linho que lhes cobria o corpo, eram gargalhadas instintivas, desejo repleto de vontade abraçada nas mãos firmes de quem agarra, sentindo, de quem luta, ganhando. Horizontes de vida, vida em palavras escritas, em eufemismos contada. Não eram recordações, ou até mesmo intensas paixões, é um amor, um amor diferente, em que ela, bela, em que ele, indefinido, se deixavam guiar na satisfazes de um querer, no calor de um acontecer, no amor de um eterno viver...

Simplesmente vai-se amando sem querer e é sem querer que o amor mais verdadeiro acontece...