Não procures de mais, aquilo que te dá de menos...

O olhar prendia-se a um passado vivido, uma história que estagnou no tempo, alheia a tudo, constituída de capítulos intensos que não deixam esquecer, de recordações que trazem a saudade. Sentada naquele banco estava ela, tão impávida, num monólogo consigo mesma, num lutar contra fantasmas, num orgulho que a impedia de ver mais além. Ele ali ficava, perdido nas letras que para ela endereçava, aquelas letras repletas de um sentimento vivo e maduro, de um sonho de criança, de um projectar de adulto. Perdidos nos dias, encontrados no sentimento, ambos aprisionam o coração, ambos se olham sem olhar, ambos se amam sem falar. Como tanto se diz, o que não é lutado não é vivido, o que não aparece, certo dia deixa de fazer falta. Tanto por viver, tão pouco partilhado, vivem no querer dos dias e no calar das noites, naquelas que chegam e que impedem de dormir, que fazem tanto recordar. São de dias simples que se forma uma vida, de dias em que se acrescenta mais um pouco, em que se avança mais um passo, no seguir dos nossos sonhos, no correr das nossas lutas. Custa tão pouco ser feliz, custa tanto começar a viver essa felicidade. Há quem lute uma vida, há quem se entregue ao sentimento perdendo tudo, tornando-se vulnerável a uma partida, a uma chegada. Tanto, tanto que se tem para viver e tão pouco se vive. Tanto se tem para amar e tanto se parte sem nem sequer se lutar. Procura-se o que não se encontra, procura-se o que se desconhece e acaba-se por perder o que ali está, tão seguro mas ao mesmo tempo tão livre. A vida avança, avança a passos galopantes em que tudo se altera, em que hoje se tem o que amanhã nem se lembra mais e quando se perde, quando se perde chega o arrependimentos, aquele arrependimento que impede as pessoas de serem felizes, que fazem com que queiram viver o que tanto descuraram um dia. Sou humano e sei ver isso, sei ver que já perdi o que de mais verdadeiro tive, que preferi viver uma vida com quem nem sequer vida tinha em si. Abdiquei do que quis e não lutei como deveria, segui em frente mas a verdade é que quantas vezes pensei em voltar para trás. E tu? Será que tu também não pensaste da mesma forma?...






Tão simples é Amar quando se Ama de verdade, tão simples é Lutar, sempre que se Luta com paixão, tão simples é sonhar quando o sonho existe dentro de nós, tão simples é sorrir quando na nossa história existe a peça que se encaixa na nossa, aquela peça que completa o nosso olhar... Somos um balão de ar quente, tão cheio de vida, tão cheio de sonhos, voaremos na busca daquilo que nos faz felizes, voaremos para pousarmos num mundo desenhado à nossa maneira, vivo no nosso peito...

Que vejas o que nunca ninguém viu, que sintas o que nunca ninguém sentiu...

Comentários

  1. O texto está maravilhoso. Mas torna-se difícil lutar quando tudo à nossa volta nos diz para parar de tentar e para desistir, uma vez que já "fizeste o que podias" dizem eles... Mas eles não sabem o que eu sei e não lutam por serem demasiado fracos.
    Obrigada pelo teu texto inspirador <3

    ResponderEliminar
  2. O que disseste foi do comentários que mais me souberam bem ler. Mas questiono...e se estivermos numa encruzilhada? Se construirmos um destino que não é bom para nós? Quer dizer, há tantas situações das quais demoramos a sair...

    ResponderEliminar
  3. Adoro estas imagens de balões de ar quente. Transmitem um sensação enorme de liberdade!

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Se eu pudesse... trazia-te de novo à vida...

"Preciso de ti... de nós..."

"Voltar a acreditar... no amor."