A peça final...

Deixo-vos com mais uma história criada, com mais uma mistura de sentimentos que nos faz viver aqueles momentos, vibrar com aquelas passagens. Bom Fim-de-semana para todos. :)


Sinto a dor que outrora nem sentia, a angústia de uma vida esquecida no meio de um manto de neblina que me afunda com o passar dos dias e das horas desta vida que perdeu a cor. O corpo pede mais, um pouco mais do que já em existe. Estou cansado, estou farto destas lágrimas que não secam no meu rosto, aquele doer que persiste em permanecer em mim, em ser parte integrante desta minha história. As mãos perdem a força perante o meu olhar, este olhar perdido pelo caminho, gasto por um amor que já nem sei como é, já nem sei como se sente. Tento seguir em frente, tento sonhar, mas hoje vejo, tudo ruir perante mim, na frente de quem sempre disse que iria ser um dia feliz. Vivo no engano das palavras, nesta inconstante vida que me arrasta por caminhos que nem conheço, por becos que não encontram saída. Sinto o temor de um coração que, lentamente, vai parando, vai desistindo de si próprio, dos projectos que um dia cultivou. É uma mistura de dor e desilusão, um querer lutar e um perder constante, um aniquilar de sonhos que me sufoca neste mar de gente, neste mundo que sinto que jamais irei pertencer. Perco-me nas horas perdidas destas recordações, nas sombras desta minha estranha forma de vida que me fez afastar das pessoas, refugiar-me em algo que nem sei o que é. Não me reconheço, sinto que perdi algo de mim para nunca mais encontrar. Onde está o meu sorriso? Onde foi parar o meu sentimento? Vivo nesta ausência, neste sentir vazio que me torna igual a tudo, uma simples pedra, fria, seca, uma pedra inanimada como este meu viver, como este presente que me projecta em várias direcções descurando o que tanto quis viver. Sempre foi assim, sempre assim será, tudo tão igual, tudo tão injusto. Partirei sem olhar para trás, sem pronunciar mais palavras, ficará apenas o silêncio, o silêncio das minhas vozes, o calar do meu sentimento, o esquecer do meu existir...



As histórias encontram o seu fim quando se perde o sonhar, sempre que se verte a primeira lágrima, sempre que o mundo mostra a injustiça, a injustiça de um amor perdido, esquecido e jamais encontrado...



Comentários

  1. Olá André,

    Escusado será dizer-te, que li o teu texto todo, com atenção.

    Pois o teu "eu lírico" não está bem, está a pensar em algo, que terminou, e que até o sorriso te roubou.
    Mas, nunca devemos confundir o "eu lírico, literário" com o nosso eu, que pode estar "numa boa".
    "Sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança" já diz o pema, que virou, também canção.

    Bom fim de semana para ti, também.
    Estas imagens são giras, mas aquela grande era muito expressiva e sensual.

    Beijos de luz.

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  2. Lindo :O
    Eu juro que se um dia publicares um livro com histórias deste género (ou até mesmo de outro género) eu vou logo comprar! :)
    Adoro a beleza nas tuas palavras,é mesmo lindo de se ler.

    beijinho*

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