Amor em palavras...

Ouviu a voz dela, aquela voz melodiosa que fazia descompassar o seu coração, aquele mesmo coração que alimentava todo aquele amor, toda aquela história de um sentimento renascido, de um sentimento vivido. Olhou para os seus olhos e perdeu-se no mar das palavras caladas e dos gestos tão profundos na maneira como eram demonstrados, na forma como era ali eram deitados ao vento e apanhados por quem os sentia, por quem os compreendia na perfeição. Seriam um do outro, seriam livres, amavam com toda a força e respeitavam cada pedaço deles, cada opinião diferente que acabava por os levar sempre ao mesmo lugar, aquele refúgio em que ambos se entregavam um ao outro, em que ambos escreviam com as suas mãos a história que tanto sonharam e que agora é a realidade mais verdadeira que ambos conhecem. Longe vãos os tempos em que de migalhas eram repletos, longe vão os segundos em que sofriam em silêncio à espera de um amor feito na medida deles, feito conforme as lutas que travaram e os medos que enfrentaram. Hoje não, hoje são o espelho de um nunca desistir, a força de um sentimento, um rasgar de um sorriso, ele procura ela por entre a multidão e ela ali permanece como personagem principal na história do seu amor, na história de um amor dividido, partilhado, mostrado em gestos e comprovado em carícias. O amor torna-se verdadeiro sempre que este não procura o inalcançável, sempre que as pessoas dão tudo de si recebendo em troca o sentimento ali depositado. Contrariamente a outros sentimentos, a outros momentos, o amor é dar e receber, é sentir e partilhar, é lutar e vencer, o amor, esse sentimento que parece tão simples, é espelho de quem o vive, é resultado de quem o constrói, por isso, depende de cada um de nós, de cada um de vós, formar o vosso próprio amor, a vossa própria interpretação deste sentimento tão complexo mas ao mesmo tempo tão real...