Simples sopro...
Seguia o teu olhar em gestos ternos de uma cumplicidade inexplicável, nos teus pensamentos perdia-me e encontrava-me, arrancava do peito o coração e depositava sobre as tuas mãos, aquelas que o iam segurando num momento em que o amor era superior a tudo, como sempre deveria ter sido. Os passos tornavam-se gastos e as sombras conseguiam chegar junto de nós, dos nossos corpos desnudos e sem protecções, éramos, assim, a imortalidade de um amor mortal, o sentir de um bater descompassado entre o ter e o sonhar, o querer e o partir. Foram os fados que ficaram, os que falam de saudade, de uma saudade em que a distância nada representa por mais próximos que os corpos estejam, os olhares perderam-se, as palavras calaram-se e o amor, esse, começou a ser a efemeridade maior na nossa história, nas nossas duas vidas. Hoje não me arrependo do que foi vivido, dos dias passados, das horas perdidas num capítulo que vivia de reticências e não de um ponto final. Foi o arrastar, foi o caminhar sobre asfaltos vivendo na insegurança de um amanhã, daquele mesmo que um dia pareceu tão planeado, tão lutado. A dor nem existe mais, e as recordações francamente não me fazem afogar num mar de desilusões, porque essas apenas se dissiparam com outros amores vividos, com outras histórias criadas, sem ser aquela que conhecia contigo, a minha primeira grande história. Os dias passaram e crescemos, pelo menos eu cresci e amadureci o que chamo de amor, aquele sentimento capaz de alterar a minha realidade mas nunca colocar uma mentira num lugar de uma verdade que para mim se torna inquestionável. Não sei mais de ti, não sei mais de mim e, francamente, o amor parece perdido no meio das tralhas que aqui guardo, parece que nem tudo é justo, que nem sempre quem ama verdadeiramente é quem consegue viver numa felicidade que todas ambicionam mas que somente alguns vivem. As histórias são criadas pelos sentimentos que nelas depositamos, pelos sonhos que vamos sonhando e pelas batalhas constantes entre o romper barreiras e o partir sem mesmo avisar. O amor é mesmo assim inconstante e intemporal, num sopro de vento pode nos arrastar, pode nos colar num outro coração ou até mesmo nos fazer afastar. É nesse momento que o amor perde-se, esse mesmo sentimento reinventa-se noutro lugar, com outra pessoa, com outra mesma verdade e o que ficou no passado lá permanece mas fica sempre a réstia de uma saudade e dessa jamais poderemos fugir...
oh muito obrigada! foi muito bom poder ler isso,vindo de ti,que escreves tão bem. e sim eu concordo inteiramente contigo,quando as coisas são feitas com sentimento,amor,carinho,é muito melhor de se ver e ler:)) um obrigada gigante, e um beijinho
ResponderEliminarobrigada pelo teu comentário :)
ResponderEliminartens sempre textos maravilhosos, a tua capacidade de escrita e de expressar tão bem o sentimento, porque me prende até ao final da leitura, é espantosa! beijinhos e continua *
Olá querido André,
ResponderEliminarQuando estava a ler o teu texto, lembrei-me da seguinte imagem, da seguinte comparação. Vamos entrar nas metáforas, hipérboles e afins.
TU ÉS UM DESLUMBRANTE EDIFÍCIO, IMPONENTE, MAS PINTADO DE FRESCO.
Assim, todo e qualquer sopro, toda e qualquer poeira te abana e fica lá marcada, pegada.
Mas, vais "secar" e depois, podem vir tsunamis, de preferência de amor, que permanecerás BELO , INTOCÁVEL E FORTE, para o que der e vier.
Depois, tem cuidado e não te aproximes, nem muito nem pouco, das "coisas" pintadas de fresco. São sensíveis, vulneráveis e perigosas.
A FELICIDADE ESTÁ QUASE A CHEGAR, MAS QUE SEJA FELICIDADE VERDADEIRA.
Se assim não for, "vai bebendo nas fontes, MAS COM PRECAUÇÃO"
André, os Portugueses são saudosistas, por natureza. NÂO É CRÓNICO, É BIOLÓGICO.
Quero, agradecer-te, publicamente, por teres recebido o meu mimo com tanto carinho. Afasta-o da pintura, ainda fresca.
Beijinhos e abraços de luz.
lá está o meu fã número um sempre atento ao que eu escrevo, não é, pedacinhos ? :')
ResponderEliminarahahahaha, que querido. eu já não posso dizer isso do que escreves porque não gosto :s eu ADORO :)
ResponderEliminaro que leste é a realidade. quanto à revolta.. é inexistente. existe, apenas, uma imensa realidade.
ResponderEliminaragradeço imenso o comentário. quando a ti... «abraços de luz.» entre outras frases. muito bom*
um dia, quando criar os "meus favoritos" estarás lá.
ResponderEliminaradorei o blog e os textos! sigo :)
ResponderEliminarTambém já não passo aqui no teu "livrinho" há bastante tempo (a escola não me tem permitido visitar o computador). Obrigada pela tua opinião, e claro, já tinha saudades de ler estes teus textos que continuam, magníficos.
ResponderEliminarobrigada andré :)
ResponderEliminarEspero mesmo que esses 'melhores dias' apareçam .. Estão a fazer-me falta * Muito obrigada pelas palavras! E mais uma vez, aqui está um maravilhoso texto :)
ResponderEliminarNão há palavras para deferir tão bem estes textos. São fantásticos, mais que isso. Obrigada pelos comentários*
ResponderEliminarTinhas razão. E agora está tudo calmo. Obrigada!
ResponderEliminarGOSTO DA FORMA COMO VC ESCREVE, ENVOLVE O LEITOR DO COMEÇO AO FIM! AS IMAGENS DESPERTAM A IMAGINAÇÃO DO LEITOR. ISSO É BOM, POIS DA VONTADE DE CONTINUAR AQUI POR MAIS TEMPO!
ResponderEliminarobrigada mais uma vez , tambem adoro como escreves (:
ResponderEliminarmais um brilhante texto para completar o meu dia. gostei muito :) continua sempre assim, sempre mesmo! beijinhos
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